sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quer mesmo?



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Não aconselho ninguém a entrar no meu mundo! Antes eu até podia fazer isso, mas hoje entendo que existem coisas fortes demais para alguém percebê-las em mim. Entretanto, por conta das vontades, desejos e insistências de alguns, vou aos poucos me apresentando realmente e acabo por sentir que se assustam comigo muito mais de decepção do que de admiração. É simples o motivo; eu sou careta demais, admito.
A pessoa que namorar comigo (se é que existe alguém no mundo com essa pretensão a meu respeito), deve estar pronta para lidar com uma pessoa extremamente romântica, que não discute com absolutamente ninguém sem usar de conceitos pautados na ciência (o que significa que para falar de amor, eu uso a psicologia, a filosofia, a antropologia e todas as “jias” possíveis, mas não é sempre assim); sou uma pessoinha que não bebe, não fuma, não gosta de festa, sou introspectivo em demasia e não gosto de ficar conversando com os amiguinhos da namorada, não me sinto bem... Eles vão falar mal de mim depois e vão dizer a ela aquelas coisas que eu já ouvi antes (deve ser esse o motivo de minha solteirice; será que existe alguém que possa mudar isso?).
Deve ela estar preparada para lidar com um sujeito pontual, genuinamente calmo, hiper-educado, observador, filosófico, sensível a determinadas situações, porém firme em tomadas de decisão nos 45 minutos do segundo tempo com prorrogação! Ainda tem mais: A coitada (nem sei por que estou usando este termo) passará maus bocados e só de pensar nisso já dá dó, pois até hoje poucos dos meus amigos conseguiram passar um dia de passeio comigo sem voltar pra casa revoltados com as coisas absurdas que falam sobre mim, assim abertamente, enquanto passamos pela rua!
O assunto é tão sério que... Sei não! Eu deixei de acreditar em um amor pra mim faz tempo!
Imagina a seguinte cena:
- Papai, Mamãe! Este é Fulano de Tal, meu namorado! – Diz a menina, alegre a ponto de pulular de satisfação.
- Minha filha, - diz o pai – desculpe, mas... Este é o seu namorado?
- Como assim papai?
- Sim, minha filha; eu não acredito que você vá namorar justo uma cara deste tipo, com tantos por aí melhores... Com uma fama melhorzinha que a dele... Você sabe do que vivem chamando ele? A cidade toda fala deste rapaz, quer dizer, nem sei se é rapaz mesmo!
- Papai, assim você ofende o Fulano de Tal! – diz a coitadinha (viu, é nesse sentido que eu falo).
- Bem, você é quem sabe, mas os comentários que ouço sobre este aí, não são bons nem no céu nem no inferno, abre-te o olho. Por mim, eu não sou a favor, mas você já pode decidir sozinha e arcar com as conseqüências depois!
Imaginou? Olha o tamanho do constrangimento que a princesa vai passar! Isso já aconteceu na minha primeira relação séria com alguém. Dá até vontade de rir, mas o caso é sério... Eu não quero mais ser motivo de constrangimento para ninguém que eu chegue a amar. Até porque os familiares não são os únicos a fazerem tal julgamento prévio de valores, os amigos também entram na história e foi assim... Exatamente assim e com mais acréscimos que a minha primeira grande história de amor obstruiu-se em apenas cinco meses!
Mesmo com tantas qualidades que porventura eu tenha, as pessoas desmoronam-me em seus comentários por eu ser da arte e por ter todos os qualitativos inicialmente narrados. O mais conflitante é: eu não sou nada do que dizem, absolutamente nada! Mas saio perdendo, pois a pior coisa é carregar um fardo que não é seu, mas que está com você todo o tempo.
Não aconselho ninguém a me conhecer profundamente! Com ressalva, caso o indivíduo se proponha a assustar-se com as lamúrias que faço! Tenho todas as qualidades que um homem sério poderia ter, mas é impressionante como a minha profissão e o meu jeito de andar conseguem influenciar as pessoas contra mim! Ou seja... Toda uma identidade construída que se mantém de pé apenas quando estou sentado, não posso andar, é automático, andei, a identidade desmorona... E eu sou o lado mais fraco da corda, saio perdendo sempre.
Quer mesmo me conhecer melhor?

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