Apesar de tudo, vivo. Apesar de tudo, sóbrio, enfim. A dor que escorre em meu peito e que é teatral e fenomenalmente disfarçada quando estou em público, não mora aqui de dias recentes, é uma dor antiga, quase parte integrante de mim.Quando casualmente lembro-me que posso deixá-la de lado, ela vem de modo nada sutil, para me recordar da existência forte dela em minha trilha.
Evito a teimosia, sei que não posso competir com ela, não posso enfrentar a verdade; entendo quem eu sou, o que causo nas pessoas e em que pessoas eu causo algo.
Investi numa nova paixão que não deu certo novamente, sequer se enraizou, na verdade. Ocorreu tudo conforme eu já sabia, tudo mesmo; desta vez mantive-me tranquilo, sabia onde estava pondo a minha cabeça e certamente não se tratava de uma guilhotina, não desta vez.
Tratava-se, em suma, da melhor sensação que já tive em minha existência; eu amei, apenas amei. Depois de tanto tempo entregue ás traças emocionais que sem pena me corroíam o interior, eu pude amar intensamente de novo. Pude, entre palavras e pequenos gestos, entender o que agrada e o que sufoca, o que faz ganhar e o que faz perder, o que faz começar e o que faz sucumbir instantaneamente. Pude descobrir um pouco neste universo dela, que me fascinou e continua fascinando-me até agora. Pude amar sem dicotomias, apenas com plenitude. Não precisei pedir nada em troca e mesmo assim, ganhei coisas que sequer imaginei que seria possível. Adorei sentir a sensação de estar sendo renovado de dentro para fora ao pensar nela e de estar sendo renovado de fora para dentro ao vê-la, ali, pertinho de mim, mesmo que por alguns segundos. Por si só, a presença dela já me causava uma cura enorme. Na prática, tudo foi muito rápido, desde a descoberta sobre o que eu sentia á conclusão que ela tirou sobre o assunto, foram menos de trinta dias. Porém, a "sensação térmica" era de uma história longa e afetuosa vivida com ela, tal qual em filmes românticos.
Estar mais sorridente, mais solícito, mais disposto fisica e emocionalmente, voltar a dormir e acordar bem, cuidar de mim, voltar á minha imagem no espelho com mais apreço e até ganhar alguns quilinhos (segundo amigos), não foram transformações nascidas no acaso. Foi este sentimento que, sem receio em dizer, foi o mais puro da minha vida inteira, que me fez toda esta reformulação. Um verdadeiro processo de fotossíntese, onde eu joguei tudo aquilo que me impedia de respirar e voltei a ser livre, de ar renovado. Os sonhos geralmente acabam e comigo não foi diferente, acabou quando eu estava prestes a revelar-me de modo mais aberto. A mim faltam uma centena de coisas, inclusive ela que já foi embora. A ela, porém, falta alguém com um sentimento tão grandioso e limpo quanto o meu; a ela falta, talvez, algo que a corresponda á altura de sua singularidade, alguém que a olhe não somente como alguém a quem se pode amar, mas como alguém que merece acima disso, um amor inconvencional; a ela falta a atenção que ela merece, a intensidade que ela precisa, a ela fala um coração um coração sem máscaras, um corpo que não transmita apenas calor humano.
Eu fui feliz. Eu a senti dentro de mim como já tivéssemos uma aliança, como se os corpos já se conhecessem de um outro momento, talvez perdido no espaço. Eu fui capaz de sentir a presença dela do meu lado quando, nesta residência mofada de solidão, eu me via sem saída; fui capaz de ouvir sua voz me dizendo belezas através das canções que propositalmente escolhi para estar com ela por mais tempo. A ouvia desejar-me "boa noite" e sentia a leveza do teu abraço me acordando pela manhã, todas as manhãs, até esta última, e certamente...as próximas, por dias incontáveis a dentro.
Não estou aqui desenhando palavras para que soem poeticamente, escrevo a realidade, a minha ao menos. Pode tratar-se de momentos de alucinação, digno de piedade, afinal, é desta forma que sou visto por alguns. Tenho porte suficiente para garantir, porém, que , foram as alucinações mais reais e emocionantes da minha história e a transfigurou por completo. Quero permancer com elas, mesmo que nos dias mais difíceis (aqueles em que caio na real e percebo que estou de fato sozinho e que de fato ela não me quis) eu chore, isole-me ou sinta-me inútil e fútil novamente.
A ela, por quem vejo-me fascinado inteiramente, desejo-lhe as mais belas e perfeitas experiências: o amor que eu nunca tive, a companhia que eu nunca tive, o toque intenso que eu nunca tive e o beijo... aquele completo e perfeito beijo de amor que eu ninca tive.
Enquanto isso, vou indo. Não sei para onde, não tenho bússola, apenas vou com minhas poucas esperanças. Será um prazer encontrá-la por lá, caso ocorra de a vida colocá-la em meu caminho de novo.
Com grande apreço e carinho. Fábio Sabath
sábado, 2 de outubro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Indagar, indagar, indagar...
Por que é que não pode ser?
Por que é que nunca poderá ser?
Por que é nunca poderei ser?
Por que é que nunca poderia ser?
Por que?
De que vale isso, se nunca pode, nessa vida?
De que vale aquilo, se nunca poderá ser, em algumas vidas?
De que valho eu, se nunca poderei, em minha vida?
De que vale isto, se nunca poderia ser, em uma vida como a minha?
Será que eu não a mereço?
Não sei lidar com ela?
Não conseguiria seguir em frente?
Não sou para ela o suficiente?
Não é dela que eu preciso?
O que é afinal que acontece comigo?
Por que nunca há possibilidade?
Quanto eu valho? Para quem? Para quê?
Quanto tempo levará para que eu possa?
Quanto tempo levará para que eu mereça-a?
Quanto tempo levará para que a consiga?
Quanto tempo para que tudo mude?
Para que eu a tenha em meus braços?
Para que eu mostre quem eu sou?
Para que eu use o sentimento engavetado?
Para que eu use o sentimento engavetado?
Para que eu mesmo possa retornar das cinzas?
Quanto tempo?
Escorpião
As tentativas não conquistam ninguém;
As doçuras em versos não conquistam ninguém;
As forças nascidas do fundo do coração não conquistam ninguém;
Sequer o próprio sentimento também.
A profundidade não é nada;
Não é nada a intensidade;
De nada serve a verdade;
Sempre vai existir outra verdade que mate a sua.
As melhores formas de amar tornam-se as mais ínfimas;
As mais loucas respostas a perguntas difíceis, tornam-se soluções para problemas pseudo-reais.
As palpitações do coração, em minutos, tornam-se a cauda do Escorpião contra ele mesmo.
Eu, num círculo de fogo que eu mesmo criei.
Não adianta chamar, não vem.
Não adianta pensar, não há reciprocidade.
Não adianta olhar, é improvável qualquer resposta.
Não adianta quaisquer juras de amor, pois tudo acaba aqui.
Mais uma vez eu acabei no mesmo lugar que em todos os dias;
Eu, num círculo de fogo que eu mesmo criei;
E nele morri pobre, desidratado, suicida de mim.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Eu apenas espero sair disso
Vivo sob minhas utopias inúteis, acreditando que um dia, o “talvez” se torne real e me torne tranqüilo. Você não me conhece, não sabe quem eu sou nem o que sinto nem o que quero, por que... O que quero não se compra; não se simula nem se dissimula; não se apreende nem se prende, não surge do nada, apenas se conquista... Ensina-me a te conquistar!
Se as palavras me dessem permissão, falaria das coisas que nunca falei, recitaria os poemas que mais gosto e faria as loucuras que minha sã consciência nunca me deixou fazer. Por que eu tenho medo até das coisas óbvias e não sei explicar os motivos do meu trauma. Ás vezes eu imagino que seja a falta de paz, a falta amigos, a falta de sucesso ou quem sabe, a falta mesmo de um amor.
Se você dissesse que me quer, não pensaria sequer um terço de uma vez, uma vez que você é a coisa que eu mais necessito no momento. Entre as camadas mais profundas da minha pele, está o simples desejo de um abraço carinhoso da sua parte, de um sorriso congratulante ao passar na rua ou de qualquer outra coisa, mas que ao menos esta viesse de você, exclusivamente para mim.
Se a vida me permitisse, não estaria aqui agora escrevendo estas bobagens, estaria aí ao seu lado, num lugar onde o vento pudesse bater frio em nossos rostos e que os nossos corpos estivessem protegidos pelo calor um do outro. Queria tanto que essa minha utopia fosse real!
Eu apenas espero sair disso... Desse monótono modo de ser, sair dessa de ter mil e um motivos pra sofrer quando na verdade, meu espírito está sedento de outra coisa. Preciso apenas sentir-me humano de novo, capaz de ser e de fazer, capaz de ter e de manter, capaz de viver e me engrandecer.
Se as palavras me dessem permissão, falaria das coisas que nunca falei, recitaria os poemas que mais gosto e faria as loucuras que minha sã consciência nunca me deixou fazer. Por que eu tenho medo até das coisas óbvias e não sei explicar os motivos do meu trauma. Ás vezes eu imagino que seja a falta de paz, a falta amigos, a falta de sucesso ou quem sabe, a falta mesmo de um amor.
Se você dissesse que me quer, não pensaria sequer um terço de uma vez, uma vez que você é a coisa que eu mais necessito no momento. Entre as camadas mais profundas da minha pele, está o simples desejo de um abraço carinhoso da sua parte, de um sorriso congratulante ao passar na rua ou de qualquer outra coisa, mas que ao menos esta viesse de você, exclusivamente para mim.
Se a vida me permitisse, não estaria aqui agora escrevendo estas bobagens, estaria aí ao seu lado, num lugar onde o vento pudesse bater frio em nossos rostos e que os nossos corpos estivessem protegidos pelo calor um do outro. Queria tanto que essa minha utopia fosse real!
Eu apenas espero sair disso... Desse monótono modo de ser, sair dessa de ter mil e um motivos pra sofrer quando na verdade, meu espírito está sedento de outra coisa. Preciso apenas sentir-me humano de novo, capaz de ser e de fazer, capaz de ter e de manter, capaz de viver e me engrandecer.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
É simples...
Eu te amo. Mesmo sem saber como isso pode ser possível, mesmo sem acreditar que um dia você possa saber que eu tenho sua foto ainda comigo; e que a olho todos os dias; e que crio em minha mente o mundo que eu queria viver com você.
Eu te amo, apesar de eu estar mais distante de você do que eu próprio imagino; clarividente, tenho-te perto em pensamento para não morrer em carne, pois sou fraco, estou lutando contra isso.
Eu te amo e não sei por quê. Na verdade, sei. Tenho essa necessidade explícita nos meus traços faciais, de rasgar a tristeza, de perfurar o intestino da solidão e vê-la sangrar até a sua última gota; preciso respirar o ar que só a sua atmosfera proporciona, preciso dele, preciso.
Eu te amo. Entendo que você seja uma jóia caríssima a qual meu ínfimo salário jamais teria acesso, mas amo-a de tal forma que apenas por visualizá-la de longe me sinto feliz plenamente.
Eu te amo. E penso nisso todos os dias. Vivo isso em mim todo o tempo. Faço o tempo... Com você e eu estando nele. Só para sentir previamente o prazer de estar ao seu lado, desfrutando das mais intensas sensações e vivendo num instante de elevação.
Sublime seria se o som da mais competente harpa pudesse reproduzir a beleza que vejo em você.
sábado, 11 de setembro de 2010
Fascinação
Nunca esperei nada de você, sei que sua intenção não é me ofertar nada. A minha cabeça gira nas contorções doloridas da noite para tentar explicar a minha alma qual o sentido em ser assim, tão ridículo.
Mas é que diante de você todas as plataformas se curvam e todas os ares vão ao chão, todas as belezas rendem-se a sua, nem eu mesmo entendo o porque dessa minha tamanha fascinação.
Diante de ti, os melhores versos são insuficientes, as filosofias de vida perdem a pureza e os retratos não esbajam mais a realidade das cores, pois você toma todos os flashs. A beleza é só tua, os versos são só teus, as filosofias são somente tuas... Apenas os retratos ficam comigo, pois eles são a única forma que eu tenho para enamorá-la, a única.
Suspirar parece ser minha sina. Louca, intransigente e imatura sina. Desequilibrada, quase morta, sem garfo nem colher, sem mão, sem modos.
Das inúmeras vontades não-realizadas que tenho em minha situação de posição ereta e indiretamente influente na sociedade, a qual ousam chamar de vida, agora não mais receio-me em revelar.
Se do teu sorriso eu pudesse ter um tanto, seria um sorridente diário, desbravador, de pensamento longíquo, de gestos amplos... de gestos sutis! Pois és a graça mais perfeita que já pude observar e tens o ar mais puro que um dia pude respirar. Levaria-te até o fundo dos meus pulmões numa inspiração poética, num suspiro poético te traria ás mãos, num toque poético te levaria a boca, num gesto poético beijaria as covinhas do teu rosto e te faria feliz ao final de tudo.
Se dos teus olhos pudesse eu extrair um tanto, o menor que fosse, tudo ficaria mais claro, a solidão mudaria de endereço, cairia em si. Pois és a paisagem mais completa que eu, na posse dos meus olhos chorosos e sofridos, já pude observar. Colina imperial, cortina de seda cor de vinho, que não abandona porém, a beleza, a sutileza, a angelicalidade...
Se pudesse eu, ao menos, uma única vez tocar de leve a sua pele, seria rico por ter em mim vestígios de um contato único e incomparável entre a Bela e a Fera.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Um dia ela chega e você tem que recebê-la.
Eu nunca consigo ficar de pé por muito tempo, já consegui anteriormente, mas hoje não; as minhas pernas enfraqueceram na mesma proporção que meu coração e eu não vejo solução para isso ainda. É louco pensar desta forma, eu sei. Porém há um momento em que acordamos e imediatamente vem-nos a realidade crua e ardente, queimadora de nossos sonhos e pensamentos mais comuns. Quando esta chega, traz consigo uma imensidão de informações que inicialmente parece nos sufocar... ah, deixe-me falar por mim, Ego.
Eu acordei e a realidade estava do meu lado, sorrindo para mim; não sei se por felicidade ou por sarcasmo, se por benevolência ou maldade... só sei que estava lá. E quando ela chegou, a única coisa que pude fazer foi conformar-me, pois a realidade tem o quíntuplo do meu peso e eu não posso competir com ela. Insistir em conviver nos sonhos é o mesmo que gastar o dinheiro que não tem ou tentar viver as aventuras que não pode.
Eu estive assim por muito tempo, até agora. Por que é sempre assim, tento viver nos meus sonhos uma realidade que está fora deles e que eu jamais consegui alcançá-la. É a ilusão quem usurpa minha imaginação e eu me sinto feliz por alguns instantes quando estou de olhos fechados.
Entretanto, é ao abri-los que eu me sinto eu, com as características mais imbecis e absurdas, mas que são concretas, infelizmente.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
!!!
Eu sou um bobo mesmo!
Me impressiono com tudo e fico assim, sem ter quem perceba minha angústia interna e rasgadora do meu espírito assustado.
É uma mania terrível que eu tenho de esperar que as pessoas se impressionem comigo na mesma medida! Horror! Isso nunca acontece! Nunca aconteceu!
Me impressiono com tudo e fico assim, sem ter quem perceba minha angústia interna e rasgadora do meu espírito assustado.
É uma mania terrível que eu tenho de esperar que as pessoas se impressionem comigo na mesma medida! Horror! Isso nunca acontece! Nunca aconteceu!
domingo, 15 de agosto de 2010
Rasgaduras
Você não acredita no que eu digo. Por isso não digo nada. Você não me enxerga como algo a mais, ainda. Sabe-se lá quando esse ‘ainda’ acabará. Por que a vontade que se instala como parasita em meu peito é quem me impulsiona a falar de amor, mas eu, por mim mesmo não falaria, ele nunca me trouxe sorte.
Mas no breu dessa tempestade da qual você não tem nada a ver, é assunto mal resolvido que tenho com o meu coração, eu fico pensando numa possibilidade de ver o jogo virar e eu vencer... De mim mesmo, entende? De chegar a um momento de meus dias em que o meu medo de amar acabe e que as palavras bonitas signifiquem algo sólido para mim e que eu esteja pronto para ser amado, sem traumas emergentes.
As rasgaduras em meu corpo me obrigam a ser assim.
Adoraria pegar sua mão e sair por aí sem dívida nenhuma com trauma nem personalidade, apenas você e eu, sair para vermos o tempo passar e nós nele, abraçados e trocando as energias, aquelas que eu preciso para continuar crente no amor! Imagino o vento batendo em nossos sorrisos felizes enquanto andamos pela rua... De mãos dadas. Imagino o frio nos fazendo abraçar-nos mutuamente, a transferir todo o amor, todo o prazer de estarmos juntos.
Porém, creio que você não está ligando muito para isso. Você está satisfeita com o que já tem de mim e sabe que pode ter o que quiser, quando quiser...
Eu adoraria estar com você, se fosse mesmo possível. Por que você simplesmente está aí do outro lado, que não é o meu. E eu estou aqui como todos os outros dias, pensando em como ser mais feliz.
sábado, 14 de agosto de 2010
De que me serve a paixão?
De que me serve a paixão? De alívio ou de sofrimento? De futuro ou de momento? Pus-me a pensar que amar é simples para as pessoas que são amadas! É como dirigir um caminhão, fica bem mais fácil aprender, alguém que já passou pela bicicleta, pela moto, pelo carro, pelo ônibus... É mais simples, admita.
De que me serve a paixão se ela sozinha não faz nada? Mesmo apaixonado, eu ainda tenho que fazer uma série de absurdos para que ela (a dita cuja que está sendo amada) acredite no que estou sentindo... Talvez ela nem acredite e brinque comigo como fez aquela outra... E eu não consigo mais fazer tais coisas. Travei.
Meus pés sentem-se inseguros para caminhar por este caminho estreito. Não me sinto nada protegido. Conquistar alguém não é o meu forte, eu não sei como fazer isso, nem sei se tenho algo que conquiste alguém, tenho? Já houve uns que me disseram ter percebido em mim algo assim, de longe, atraente; não acredito nesses, não acredito em quase ninguém.
De que me serve a paixão? As lamúrias continuarão, continuarei sendo mal-visto, as impressões que causarei serão as mesmas, os julgamentos de valores prevalecerão a meu respeito. O que irá essa tal de Paixão, acrescentar em minha vida? Tem alguém disposto a tentar me mostrar o valor prático de uma paixão? Eu desconheço qualquer um que possa existir.
De alguém que quase morreu de tanto amor que sentia por mim (literalmente), eu recebi ofensas, excessos de indelicadeza, doses cavalares de orgulho, intransigência, fanatismo, exclusivismo. Sentia-me um louco, bicho de sete cabeças era amar daquela forma, mas eu tentei e por mais que eu tivesse a força quase que mundial para resolver meu problema com esta dita paixão, ela não se colocava nas ações como se punha nas palavras. Dizia ter um amor que ia além da vida, mas que me fez morrer a cada dia, até o meu último... Até que cheguei a este estado!
Não vou mais mentir! Preciso de amor como quem precisa de água! Alguém para apertar-me por entre as mãos e que me ame da forma mais translúcida provável... Mas quem? Quem amará a mim? Até hoje eu não consigo entender de onde vinha tanto querer neste caso passado, não sei de onde virá tanto querer numa experiência futura! As minhas veias queimam de necessidade... De um simples abraço de amor, de um beijo doce, sem exageros, de um olhar que fale por si só. Eu preciso de amor, no entanto careço de coragem para acreditar que ele possa me levantar outra vez e me fazer acreditar que ele é bom, careço, careço, careço...
Homens também falam em rosas
As rosas se calam e choram durante a noite;
Sob as dores inacabadas do golpe reto da foice
Da Solidão e do Medo
Durante o dia sorriem a esconder a dor que sentem;
Fomentam a alegria de outras poucas rosas felizes
Para que a foice seus sonhos não encerrem.
Submerso em meus valores, mas sonhando pela metade;
Pois a foice levou meus olhos escuros,
Logo eles! Os únicos que tinha para vislumbrar o futuro.
Em meu tronco, só ferida;
Um líquido quente e incômodo chamado Vontade,
Desce pelo meu corpo, lavando meu peito;
Mas que depois de escorrer deixa a marca da impossibilidade.
Se você quisesse me amar...
Eu novamente nasceria da maneira que você achasse melhor;
E subiria o Everest só para me adaptar;
Criaria outro modo pra chegar até você;
Talvez o avião a jato ainda seja devagar.
Eu iria para Marte pessoalmente
E te traria o mais belo extraterrestre;
E lá mesmo eu faria pra você
Um canteiro de flores campestres.
Eu reinventaria a matemática
E aumentaria as chances de ficarmos juntos;
E me tornaria mais rápido que o vento
Para com você dar a volta ao mundo em dez segundos.
Tornaria-me um vírus bonzinho
Somente para infectá-la com meu grande amor.
Seria capaz de viver mil anos no Saara
Apenas para não perder nenhum grau centígrado do teu calor.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Quer mesmo?
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Não aconselho ninguém a entrar no meu mundo! Antes eu até podia fazer isso, mas hoje entendo que existem coisas fortes demais para alguém percebê-las em mim. Entretanto, por conta das vontades, desejos e insistências de alguns, vou aos poucos me apresentando realmente e acabo por sentir que se assustam comigo muito mais de decepção do que de admiração. É simples o motivo; eu sou careta demais, admito.
A pessoa que namorar comigo (se é que existe alguém no mundo com essa pretensão a meu respeito), deve estar pronta para lidar com uma pessoa extremamente romântica, que não discute com absolutamente ninguém sem usar de conceitos pautados na ciência (o que significa que para falar de amor, eu uso a psicologia, a filosofia, a antropologia e todas as “jias” possíveis, mas não é sempre assim); sou uma pessoinha que não bebe, não fuma, não gosta de festa, sou introspectivo em demasia e não gosto de ficar conversando com os amiguinhos da namorada, não me sinto bem... Eles vão falar mal de mim depois e vão dizer a ela aquelas coisas que eu já ouvi antes (deve ser esse o motivo de minha solteirice; será que existe alguém que possa mudar isso?).
Deve ela estar preparada para lidar com um sujeito pontual, genuinamente calmo, hiper-educado, observador, filosófico, sensível a determinadas situações, porém firme em tomadas de decisão nos 45 minutos do segundo tempo com prorrogação! Ainda tem mais: A coitada (nem sei por que estou usando este termo) passará maus bocados e só de pensar nisso já dá dó, pois até hoje poucos dos meus amigos conseguiram passar um dia de passeio comigo sem voltar pra casa revoltados com as coisas absurdas que falam sobre mim, assim abertamente, enquanto passamos pela rua!
O assunto é tão sério que... Sei não! Eu deixei de acreditar em um amor pra mim faz tempo!
Imagina a seguinte cena:
- Papai, Mamãe! Este é Fulano de Tal, meu namorado! – Diz a menina, alegre a ponto de pulular de satisfação.
- Minha filha, - diz o pai – desculpe, mas... Este é o seu namorado?
- Como assim papai?
- Sim, minha filha; eu não acredito que você vá namorar justo uma cara deste tipo, com tantos por aí melhores... Com uma fama melhorzinha que a dele... Você sabe do que vivem chamando ele? A cidade toda fala deste rapaz, quer dizer, nem sei se é rapaz mesmo!
- Papai, assim você ofende o Fulano de Tal! – diz a coitadinha (viu, é nesse sentido que eu falo).
- Bem, você é quem sabe, mas os comentários que ouço sobre este aí, não são bons nem no céu nem no inferno, abre-te o olho. Por mim, eu não sou a favor, mas você já pode decidir sozinha e arcar com as conseqüências depois!
Imaginou? Olha o tamanho do constrangimento que a princesa vai passar! Isso já aconteceu na minha primeira relação séria com alguém. Dá até vontade de rir, mas o caso é sério... Eu não quero mais ser motivo de constrangimento para ninguém que eu chegue a amar. Até porque os familiares não são os únicos a fazerem tal julgamento prévio de valores, os amigos também entram na história e foi assim... Exatamente assim e com mais acréscimos que a minha primeira grande história de amor obstruiu-se em apenas cinco meses!
Mesmo com tantas qualidades que porventura eu tenha, as pessoas desmoronam-me em seus comentários por eu ser da arte e por ter todos os qualitativos inicialmente narrados. O mais conflitante é: eu não sou nada do que dizem, absolutamente nada! Mas saio perdendo, pois a pior coisa é carregar um fardo que não é seu, mas que está com você todo o tempo.
Não aconselho ninguém a me conhecer profundamente! Com ressalva, caso o indivíduo se proponha a assustar-se com as lamúrias que faço! Tenho todas as qualidades que um homem sério poderia ter, mas é impressionante como a minha profissão e o meu jeito de andar conseguem influenciar as pessoas contra mim! Ou seja... Toda uma identidade construída que se mantém de pé apenas quando estou sentado, não posso andar, é automático, andei, a identidade desmorona... E eu sou o lado mais fraco da corda, saio perdendo sempre.
Quer mesmo me conhecer melhor?
Lamento meu!
Sou dono de uma tristeza desmedida que começa lá no fundo da alma e ultrapassa os limites do meu corpo e que não me deixa em paz nunca.
Ao subir e descer escadas ela me acompanha; na sala, em frente á lareira, sentada comigo ela está; quando ando, ela está do meu lado, mas sempre com um passo á frente para que eu não a esqueça quando olhar para os lados.
Pensava que a tristeza era apenas a coisa maluca contida na cabeça de alguns desestabilizados, porém pude ver algo mais profundo a partir de mim mesmo: a tristeza é sã. E essa sanidade é tamanha que, quando menos se espera, ela vem e te pega de modo inesperado, invade teu corpo, age como sanguessuga, nutrindo-se da última gota de sua noção de mundo e finalmente, o torna louco no lugar dela.
Ela torna-se freqüente, cotidiana, passa a fazer parte de seu discurso, da sua filosofia, da sua lógica de vida, mais tarde torna-se seu café da manhã, almoço e jantar... Sua água, seu ar, seu sono, sua hipertensão. Vai de modo invisível, sem receio, sem remorso e torna-se o seu olhar, sua postura, o incômodo no teu peso, o tamanho do teu passo.
Segue tornando-se tudo, até tomar o corpo por inteiro, não deixando para ele nenhuma brecha por onde ele possa ter luz, nem som, nem sonhos... Nada que o vivifique.
Segue assim até que a morte os separe.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
O Banco e Eu... II
Anos passaram e eu percebi declínios, nem sempre o muro me protegia como eu queria, dando margem á entrada de outro ser na minha vida, e ele se chamava Fingimento. Lidar com este novo elemento não era fácil, no início; conter as lágrimas dentro da armadura de guerreiro na qual eu estava vestido o dia inteiro e apenas solta-las quando estivesse comigo mesmo em um espaço inacessível á carnes sólidas não era uma tarefa prazerosa, mas eu sempre consegui completá-la. No entanto, não por tempo prolongado.
E então eu dancei.
Descobri a dança no ato da dor, parecida mesmo com a dor da mãe, mas não quando ela dá luz ao seu filho e sim quando ela o perde. Dancei para encontrar em outra atmosfera aquilo que na Terra ainda não havia sido feito pra mim, a felicidade interior. Dancei para dizer a Deus o quanto eu precisava de um pouco mais de tempo para caminhar, a fim de descobrir o que eu era realmente, Justamente por que de tanto pulsarem em meus ouvidos o discurso de que eu era aquilo que não conhecia, deixou-me realmente na dúvida e ás vezes eu me pegava pensando:” Se tanta gente fala uma coisa só, esta coisa só pode ser verdade.” Entretanto, as carnes sólidas mentem, inventam; boa parte são maldosas e superficiais, por vezes até guardam rancores e complexos dentro de si mesmas, tornavam-se, portanto, impróprias para fazer julgamentos. E todas essas “qualificações” fizeram-me voltar a compreender-me e a descobrir-me enquanto outra carne sólida, com qualidades, defeitos, mas não com aquela identidade que elas haviam posto imerecidamente em mim.
Dancei para perguntar a meu próprio espírito o que era que tinha lá dentro: se raiva, se medo ou se nada havia. Dancei na dor da dança para esconder a verdadeira dor que sentia internamente. Dancei na melancolia da dança para espremer-me e atacar a minha própria melancolia na tentativa de forçá-la para que ficasse somente nos instantes imaginários do movimento trabalhado. Dancei na beleza da dança, a fim de tentar encontrar beleza em mim, a parte mais crítica dessa minha entrega á dança, pois ainda não encontrei respostas a isto.
Como diz certa canção: “Vou deixar que minha guitarra diga tudo o que sou; não sei dizer por mim... Custa um mundo respirar.”. E ainda outra frase da mesma canção revela-me ao dizer: “Se não posso estar contigo, já não posso estar sem ti; cada vez parece mais duro ser feliz.”.
Danço para ir ao encontro desta necessidade, sem ela não seria mais o mesmo ser.
Mas sinto-me ainda melhor quando alguém me nota, me percebe e vai ao meu encontro. Sei lá, sinto-me desejado. É como se eu imaginasse que oferecer um minuto da minha companhia a alguém seria dar a ela a força necessária, a mesma que eu tive, para confrontar as carnes sólidas de má intenção espalhadas por aí á fora! Apesar de que eu enquanto corpo que dança, vejo-me ascendendo, por tirar de mim e pôr no movimento as incógnitas mais profundas e por não me deixar abalar, mesmo com as tentativas. Porém fora dela, me resumo nesta outra canção: “Sem surpresas;
um coração que está cheio como um aterro de lixo; um emprego que te mata lentamente
Feridas que não vão cicatrizar.”.
um coração que está cheio como um aterro de lixo; um emprego que te mata lentamente
Feridas que não vão cicatrizar.”.
Eu não sou aquilo que os olhos medíocres conseguem ver.
Fábio Sabath
O Banco e Eu... I
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Hoje eu estava sentado num banco.
Num banco estava eu sentado hoje.
Sentado num banco hoje eu estava.
Sentado hoje estava eu num banco.
Hoje sentado num banco estava eu.
Eu sentado num banco estava hoje.
Estava eu hoje num banco sentado.
Percebi que estava sozinho, exatamente como pretendia... Ou talvez não, jogos de marketing acontecem com o emocional também, creio eu.
Hoje eu pretendia sentir algo diferente dos outros dias comuns, então me sentei decididamente naquele banco e ele me fez companhia; falávamos sobre o que eu conseguia ver no horizonte, talvez fosse melhor dizer o que eu não conseguia ver, pois esta sim era a minha visão predominante naquele instante. É estranho chegar a um lugar onde ninguém conhece você, pior é quando você redescobre que neste lugar, poucos ou nenhum dos presentes se interessam em conhecer-te mais profundamente, ainda pior que o dito anteriormente, é quando se redescobre por mais uma vez que na verdade, de tanto esquivarem-se de querer conhecê-lo, nem você próprio acredita mais ter alguma coisa para oferecer á consulta; a partir de certo momento, tudo começa a ser inútil e nem você próprio se compraria, se fosse o caso.
Pensei bastante, o banco me ajudava nessa missão, pensar é mais difícil do que se imagina, mas ele não falava nada, talvez para não atrapalhar meu pensamento ou talvez para não envolver-se na minha vidinha. Será que ele pensava como aqueles que dizem: “A vida deste sujeito não me interessa?”. Se assim fosse, eu estava outra vez sem sentido ali. O banco não me acrescentava nada, mas para mudar isso, eu precisava de uma carne sólida que sentasse do meu lado e tentasse perceber algo em mim sem que eu dissesse á que estava naquele lugar afastado, sem ânimo e na companhia de um simples banco, pensando nas coisas que talvez as pessoas estivessem pensando, por conta do desinteresse de todas elas em saber mais sobre mim. Entretanto, ninguém apareceu, o mesmo espaço sombrio continuou e eu nele.
Sei lá, há momentos em que a gente quer ser o que tanto sonhávamos, porém somos obrigados a ser aquilo que os indivíduos pensam; daí cai o nosso castelo de cartas. Como sustentar um castelo de cartas, estando ele sob ventos fortes? O vento é destruidor quando quer... Sopra bem devagar, mas quando decide soprar forte, as transformações no espaço em que ele age são terríveis... As transformações em mim foram tamanhas, tal qual a ventania no castelo de cartas.
Tentei então construir um muro! Aparentemente mais forte, mais resistente, mais imponente até! Nele eu me transformava naquele que era o desbravador do mundo e do conhecimento, as carnes sólidas me chegavam rapidamente e todas elas se apegavam rapidamente a mim, declaravam-me amores e admirações e arrependimentos por julgamentos precipitados; e espantava-me aquilo tudo; eu vivia numa caverna, sentado num banco, o mundo através de sombras projetadas na parede! E de repente saia e dava de cara com aquelas transformações absurdas, que somente ocorreram por conta da construção daquele meu muro, aquele que me sustentaria no novo espaço em que estava inserido por bastante tempo, anos á frente.
Nada para fazer...
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Não tenho nada para fazer;
Nada para falar;
Estou sozinho;
Aqui não se fala em acréscimos;
Fala-se apenas o necessário;
Mas não depois da meia-noite.
Depois da meia-noite vem o sono;
Vem o cansaço e o abandono;
Abandono de si e do outro;
O outro... Que nem se tem certeza de encontrá-lo vivo no dia seguinte.
Não tenho nada para fazer;
Não sei o que devo estudar;
Se é que estudar vale alguma coisa;
Se a coisa que eu busco precisa mesmo de estudo;
Se o estudo me fará alcançar esta coisa;
Será que a vida não me dirá outra trilha?
E ela, estará comigo ainda nesta nova passarela?
Não tenho nada para fazer;
Apenas ouço música antiga;
Sinto-me então mais antigo que ela;
Talvez para procurar a paz em meu subconsciente;
Caso esteja certo esse meu conceito de consciência.
Penso em você, penso com tanta intensidade;
Sabendo eu, mesmo sem reconhecer, da sua desinformação;
Insisto em querer você, por que meu corpo pede;
A gente tem essa mania de desejo;
A gente tem essa mania de sofrer pelo impossível.
Não tenho nada pra fazer;
Essa é apenas mais uma madrugada;
Não tenho amigos agora;
Não tenho pai nem mãe agora;
Não tenho a menina que declare seu amor por mim;
Nunca tive.
Minto... Tive, mas éramos tão novos e imaturos;
Não imaginava que meu futuro seria tão duro.
Não tenho nada a fazer;
Os textos me despertam sentimentos que não são os que eu necessito;
As músicas lembram-me situações que ainda anseio viver;
As pessoas com as quais convivo só aumentam a minha desesperança.
As coisas que escrevo apenas assustam aos corajosos que as lêem;
Os meus pensamentos apenas desestimulam os otimistas;
Eu, em mim mesmo, sou uma dissimulação.
Não tenho nada pra fazer;
Portanto não ando, perdi minhas pernas;
Não falo, tenho um câncer emocional mortal.
Não ajo, meus músculos encurtaram-se;
Não vivo, não sei por que, na realidade.
Apenas sei que não tenho nada pra fazer.
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