sábado, 11 de setembro de 2010

Fascinação


Nunca esperei nada de você, sei que sua intenção não é me ofertar nada. A minha cabeça gira nas contorções doloridas da noite para tentar explicar a minha alma qual o sentido em ser assim, tão ridículo.



Mas é que diante de você todas as plataformas se curvam e todas os ares vão ao chão, todas as belezas rendem-se a sua, nem eu mesmo entendo o porque dessa minha tamanha fascinação.


Diante de ti, os melhores versos são insuficientes, as filosofias de vida perdem a pureza e os retratos não esbajam mais a realidade das cores, pois você toma todos os flashs. A beleza é só tua, os versos são só teus, as filosofias são somente tuas... Apenas os retratos ficam comigo, pois eles são a única forma que eu tenho para enamorá-la, a única.


Suspirar parece ser minha sina. Louca, intransigente e imatura sina. Desequilibrada, quase morta, sem garfo nem colher, sem mão, sem modos.


Das inúmeras vontades não-realizadas que tenho em minha situação de posição ereta e indiretamente influente na sociedade, a qual ousam chamar de vida, agora não mais receio-me em revelar.


Se do teu sorriso eu pudesse ter um tanto, seria um sorridente diário, desbravador, de pensamento longíquo, de gestos amplos... de gestos sutis! Pois és a graça mais perfeita que já pude observar e tens o ar mais puro que um dia pude respirar. Levaria-te até o fundo dos meus pulmões numa inspiração poética, num suspiro poético te traria ás mãos, num toque poético te levaria a boca, num gesto poético beijaria as covinhas do teu rosto e te faria feliz ao final de tudo.


Se dos teus olhos pudesse eu extrair um tanto, o menor que fosse, tudo ficaria mais claro, a solidão mudaria de endereço, cairia em si. Pois és a paisagem mais completa que eu, na posse dos meus olhos chorosos e sofridos, já pude observar. Colina imperial, cortina de seda cor de vinho, que não abandona porém, a beleza, a sutileza, a angelicalidade...


Se pudesse eu, ao menos, uma única vez tocar de leve a sua pele, seria rico por ter em mim vestígios de um contato único e incomparável entre a Bela e a Fera.

Um comentário:

Fábio Sabath disse...

O encanto não nasce no abraço, mas descansa-se nele.