O tema soa estranho, certamente. Nem sei mesmo por que o escolhi assim tão grande e tão confuso. Somente sei que é a síntese de todo o trabalho que faz nascer este tema, trabalho este que é tão singular e importante para mim.
Inicialmente, parti da idéia das correntes que me prendiam a mim mesmo: o pessimismo enquanto verdade, o medo enquanto arma de defesa, a sorte como arte imerecida, a vida como arteira e complicada demais, as pessoas insanas, incompreensíveis e sanguessugas, a dança como ascensão á outra esfera maravilhosa, o amor como inalcançável. As paredes, por sua vez caracterizam o espaço pequeno por onde transito, por escolha própria, para não ferir-me mais ainda com os ataques do mundo, nem acabar sendo a razão da ferida de alguém; paredes que delimitam o alcance das minhas mãos e que me ensinam a apreciar com moderação.
Entretanto, esta primeira idéia foi incorporando-se a outras de forma interessante, digamos melhor, cômica. Foi assistindo a um filme francês, sozinho em minha casa, sentado numa poltrona, com uma xícara de café ao lado, que num certo momento do filme, em que um casal se despedia que ocorreu esta frase: O pior é ficar só. Tal pequena frase teve tamanha importância pra mim, justamente por que todas as correntes, em mim presentes, aqui estão pelo simples e único objetivo de não me deixar só quando o estou de fato. O filme francês me deu, portanto, a completude de sentido do meu trabalho... Estar acompanhado quando se está só é possível: eu canto, danço, escrevo coisas, converso comigo mesmo em voz alta o tempo todo e garanto, faz um bem enorme, diminui a ansiedade, ajuda a combater o tédio, te liberta da loucura e te faz criar. Pois num momento como este, de solidão eminente, algo precisa ser feito a nosso favor. O pior é ficar só.
Gleidison de J. Santos – Fábio Sabath
2 comentários:
ele ser tao perfeito e eu ama-lo
Estou curioso para saber quem é você que me diz ver-me como tão perfeito!
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