domingo, 26 de setembro de 2010

Indagar, indagar, indagar...



Por que é que não pode ser?
Por que é que nunca poderá ser?
Por que é nunca poderei ser?
Por que é que nunca poderia ser?
Por que?
De que vale isso, se nunca pode, nessa vida?
De que vale aquilo, se nunca poderá ser, em algumas vidas?
De que valho eu, se nunca poderei, em minha vida?
De que vale isto, se nunca poderia ser, em uma vida como a minha?
Será que eu não a mereço?
Não sei lidar com ela?
Não conseguiria seguir em frente?
Não sou para ela o suficiente?
Não é dela que eu preciso?
O que é afinal que acontece comigo?
Por que nunca há possibilidade?
Quanto eu valho? Para quem? Para quê?
Quanto tempo levará para que eu possa?
Quanto tempo levará para que eu mereça-a?
Quanto tempo levará para que a consiga?
Quanto tempo para que tudo mude?
Para que eu a tenha em meus braços?
Para que eu mostre quem eu sou?
Para que eu use o sentimento engavetado?
Para que eu mesmo possa retornar das cinzas?
Quanto tempo?

Escorpião



As tentativas não conquistam ninguém;
As doçuras em versos não conquistam ninguém;
As forças nascidas do fundo do coração não conquistam ninguém;
Sequer o próprio sentimento também.
A profundidade não é nada;
Não é nada a intensidade;
De nada serve a verdade;
Sempre vai existir outra verdade que mate a sua.
As melhores formas de amar tornam-se as mais ínfimas;
As mais loucas respostas a perguntas difíceis, tornam-se soluções para problemas pseudo-reais.
As palpitações do coração, em minutos, tornam-se a cauda do Escorpião contra ele mesmo.
Eu, num círculo de fogo que eu mesmo criei.
Não adianta chamar, não vem.
Não adianta pensar, não há reciprocidade.
Não adianta olhar, é improvável qualquer resposta.
Não adianta quaisquer juras de amor, pois tudo acaba aqui.
Mais uma vez eu acabei no mesmo lugar que em todos os dias;
Eu, num círculo de fogo que eu mesmo criei;
E nele morri pobre, desidratado, suicida de mim.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eu apenas espero sair disso

Vivo sob minhas utopias inúteis, acreditando que um dia, o “talvez” se torne real e me torne tranqüilo. Você não me conhece, não sabe quem eu sou nem o que sinto nem o que quero, por que... O que quero não se compra; não se simula nem se dissimula; não se apreende nem se prende, não surge do nada, apenas se conquista... Ensina-me a te conquistar!


Se as palavras me dessem permissão, falaria das coisas que nunca falei, recitaria os poemas que mais gosto e faria as loucuras que minha sã consciência nunca me deixou fazer. Por que eu tenho medo até das coisas óbvias e não sei explicar os motivos do meu trauma. Ás vezes eu imagino que seja a falta de paz, a falta amigos, a falta de sucesso ou quem sabe, a falta mesmo de um amor.


Se você dissesse que me quer, não pensaria sequer um terço de uma vez, uma vez que você é a coisa que eu mais necessito no momento. Entre as camadas mais profundas da minha pele, está o simples desejo de um abraço carinhoso da sua parte, de um sorriso congratulante ao passar na rua ou de qualquer outra coisa, mas que ao menos esta viesse de você, exclusivamente para mim.


Se a vida me permitisse, não estaria aqui agora escrevendo estas bobagens, estaria aí ao seu lado, num lugar onde o vento pudesse bater frio em nossos rostos e que os nossos corpos estivessem protegidos pelo calor um do outro. Queria tanto que essa minha utopia fosse real!


Eu apenas espero sair disso... Desse monótono modo de ser, sair dessa de ter mil e um motivos pra sofrer quando na verdade, meu espírito está sedento de outra coisa. Preciso apenas sentir-me humano de novo, capaz de ser e de fazer, capaz de ter e de manter, capaz de viver e me engrandecer.



terça-feira, 14 de setembro de 2010

É simples...


Eu te amo. Mesmo sem saber como isso pode ser possível, mesmo sem acreditar que um dia você possa saber que eu tenho sua foto ainda comigo; e que a olho todos os dias; e que crio em minha mente o mundo que eu queria viver com você.
Eu te amo, apesar de eu estar mais distante de você do que eu próprio imagino; clarividente, tenho-te perto em pensamento para não morrer em carne, pois sou fraco, estou lutando contra isso.
Eu te amo e não sei por quê. Na verdade, sei. Tenho essa necessidade explícita nos meus traços faciais, de rasgar a tristeza, de perfurar o intestino da solidão e vê-la sangrar até a sua última gota; preciso respirar o ar que só a sua atmosfera proporciona, preciso dele, preciso.
Eu te amo. Entendo que você seja uma jóia caríssima a qual meu ínfimo salário jamais teria acesso, mas amo-a de tal forma que apenas por visualizá-la de longe me sinto feliz plenamente.
Eu te amo. E penso nisso todos os dias. Vivo isso em mim todo o tempo. Faço o tempo... Com você e eu estando nele. Só para sentir previamente o prazer de estar ao seu lado, desfrutando das mais intensas sensações e vivendo num instante de elevação.
Sublime seria se o som da mais competente harpa pudesse reproduzir a beleza que vejo em você.

sábado, 11 de setembro de 2010

Fascinação


Nunca esperei nada de você, sei que sua intenção não é me ofertar nada. A minha cabeça gira nas contorções doloridas da noite para tentar explicar a minha alma qual o sentido em ser assim, tão ridículo.



Mas é que diante de você todas as plataformas se curvam e todas os ares vão ao chão, todas as belezas rendem-se a sua, nem eu mesmo entendo o porque dessa minha tamanha fascinação.


Diante de ti, os melhores versos são insuficientes, as filosofias de vida perdem a pureza e os retratos não esbajam mais a realidade das cores, pois você toma todos os flashs. A beleza é só tua, os versos são só teus, as filosofias são somente tuas... Apenas os retratos ficam comigo, pois eles são a única forma que eu tenho para enamorá-la, a única.


Suspirar parece ser minha sina. Louca, intransigente e imatura sina. Desequilibrada, quase morta, sem garfo nem colher, sem mão, sem modos.


Das inúmeras vontades não-realizadas que tenho em minha situação de posição ereta e indiretamente influente na sociedade, a qual ousam chamar de vida, agora não mais receio-me em revelar.


Se do teu sorriso eu pudesse ter um tanto, seria um sorridente diário, desbravador, de pensamento longíquo, de gestos amplos... de gestos sutis! Pois és a graça mais perfeita que já pude observar e tens o ar mais puro que um dia pude respirar. Levaria-te até o fundo dos meus pulmões numa inspiração poética, num suspiro poético te traria ás mãos, num toque poético te levaria a boca, num gesto poético beijaria as covinhas do teu rosto e te faria feliz ao final de tudo.


Se dos teus olhos pudesse eu extrair um tanto, o menor que fosse, tudo ficaria mais claro, a solidão mudaria de endereço, cairia em si. Pois és a paisagem mais completa que eu, na posse dos meus olhos chorosos e sofridos, já pude observar. Colina imperial, cortina de seda cor de vinho, que não abandona porém, a beleza, a sutileza, a angelicalidade...


Se pudesse eu, ao menos, uma única vez tocar de leve a sua pele, seria rico por ter em mim vestígios de um contato único e incomparável entre a Bela e a Fera.