quarta-feira, 21 de abril de 2010

“Qualquer um consegue dançar contemporâneo!”



De vez em quando, a gente ouve alguns absurdos com relação ao que se passa no mundo da dança e, em especial neste momento, na Dança Contemporânea.


O que costumo ouvir é que o bailarino contemporâneo não tem técnica e que se utiliza de movimentações aleatórias para suas performances, pois a linguagem permite. Na verdade, existe uma série de equívocos nestas afirmações, levando em consideração que, a maioria dos que dizem estas coisas são os ditos bailarinos que não tem o bom costume da pesquisa e análise profunda do que seja a dança ou aqueles que aprendem um pouco da técnica clássica e já se põe como defensor maior da mesma, desfazendo-se de outras linguagens, que por sua vez ele não executa e/ou nem sequer conhece.

O importante nisso tudo é que a discussão sobre o que realmente é Dança Contemporânea não parará nunca. No entanto, é preciso deixar bem claro que já virou uma péssima mania das pessoas (infelizmente, pessoas da dança), dizerem que qualquer um consegue dançar contemporâneo. Vamos ás explicações:

Se caso você ler em alguma página na internet ou mesmo em algum livro impresso que qualquer pessoa pode fazer uma AULA de dança contemporânea, certamente este texto está exprimindo uma comparação quanto ás exigências FÍSICAS/ESTÉTICAS em relação á outras linguagens, a exemplo do Ballet Clássico, e não de execução. Visto pelo ângulo de execução, não é fácil e nem imediato que bailarinos de outras linguagens desconstruam seus corpos a fim de dar outra noção ao movimento; e aí se percebe dentro de suas execuções contemporâneas traços fortes de sua técnica corporal principal.

O que é necessário entendermos é que se qualquer um pudesse dançar a linguagem contemporânea, como defendem alguns poucos desinformados, a Pina Baush não seria Pina Baush nem a Débora Colker seria Débora Colker. É óbvio que se necessita de técnica para ser contemporâneo do ponto de vista da arte como um todo; certamente não é uma técnica que se codifique para oferecer ao bailarino o roteiro pronto, mas antes é uma linguagem que oferece liberdade de expressão. O Contato-improvisação é uma técnica, bem como o Release Tequinique, a Mímica e Expressão Dramática e todas elas, são estudadas e usadas pelos bailarinos contemporâneos e sinceramente... Não é todo mundo que detém o conhecimento delas, portanto não é todo mundo que dança contemporâneo, não.

Deixo-vos para reflexão as palavras da bailarina e coreógrafa Lenira Rengel:

“Ninguém improvisa do nada, tem que ter elementos. Tudo bem que ninguém é nada. Todo mundo tem uma educação, uma história, mais vai ser limitado se não houver um repertório corporal.”






segunda-feira, 12 de abril de 2010

A DANÇA QUE SE TRANSFORMA EM AMOR E VICE-VERSA



Você dança em mim. A profundidade do seu movimento percorre todo o meu corpo, passando por cada veia e de maneira ardente... E eu amo isso que você faz. Você conseguiu me ganhar com apenas um passo, o primeiro foi suficiente, sem mais nada que fosse mais atraente.
Eu amo quando você joga os cabelos na direção do vento, amo quando você sorri e se atrapalha, amo quando me toca. E como é bom o seu toque! As suas mãos são a divina calma que eu sempre sonhei, a sua dança é tudo, e eu a amo.
O seu movimento me chama, a sua cintura me excita, as suas mãos invadem o meu íntimo espiritual totalmente e você...Torna-me o homem mais feliz do mundo durante os poucos minutos que falo contigo, que ando contigo, que danço contigo.
Contigo eu gostaria de permanecer se todo este discurso não fosse em vão, fora repetido tantas vezes na citação das minhas mãos e tantas vezes fora negado ou deixado para trás que já nem acredito que essas palavras avancem a possibilidade de serem lidas ao menos.
Baseado em tudo que já vi, ouvi, vivi e continuo vivendo, concluo tristemente que meus sentimentos jamais passarão para o mundo das coisas reais, continuarão sempre no absurdo do obscuro, na utopia barata, na simples lapidação emocionada de minhas palavras agonizantes. Pois a partir delas ninguém me vê, não sente minha falta... E eu serei sempre o mesmo para aquele que me enxerga externamente. Deus é o único que me conhece internamente e eu já tenho a ousadia de me perguntar se existe mesmo uma alma que seja compatível com meu corpo.
Portanto, prefiro te admirar, somente. Admiro-te quando fala, anda, baila... Admiro-te até mesmo por foto; admiro sua pele que brilha... Quem dera brilhar para mim.
Se eu tivesse em meu coração pulsação suficiente, já teria dito, gritado aos quatro cantos do mundo o que sinto por você, mas no final das contas... Pra quê? Seria o mesmo que gritar por socorro no deserto!


 Fábio Sabath

sexta-feira, 9 de abril de 2010



As coisas na nossa vida acontecem de forma tão especial que ás vezes a gente nem nota que estivemos num ambiente parecido com o paraíso por alguns minutos.
Essa aí foi a minha turma da discilplina de verão da UFS, 'Expressão Dramática na Dança, ministrada pelo queridíssimo Edimilson Suassuna.
Foram aulas maravilhosas em que cada um deu seu máximo e o resultado final foi ainda melhor!
Lembro-me das grandes loucuras de Del ( o loiro agachado á minha direita) e os ataques de Dulce, kkkkk. E para tudo isso tinha a gargalhada forte e cômica do professor Suassuna.
Mas foi tudo muito bom. É interessante aprender coisas novas estando perto de pessoas que lhe proporcionam um ambiente alegre e propício para isso.
O resultado final que apresentei foi esse aí:





"OS LADOS DO AMOR"


Este foi um dos meus melhores trabalhos coreográficos. Foi apresentado no Sesc/Centro, em Aracaju e fiquei muito feliz com o resultado. Posso dizer que  mostrei  um pouco daquilo que eu tenho de melhor e me realizei nos lindos movimentos executados.
Não é fácil, estou lutando contra tanta coisa para conseguir está na UFS e para conseguir me manter no mundo da Dança... mas estes são detalhes sórdidos que o tempo me permitirá amenizar ou sanar.
'Os Lados do Amor', tem sido uma porta pra mim, no sentido de apresentar-me como um bom bailarino em outros locais.
Em maio,entre os dias 14 e 15, este número será apresentado no evento da UFS, Dança na UniverCidade.
Certamente as fotos serão postadas aqui.
Quero compartilhá-las com aqueles que acompanham meu trabalho.